CONTORNO CORPORAL – BRAQUIOPLASTIA

CONHEÇA ESSE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

Também conhecida como lifting de braço ou braquial, é a cirurgia plástica que retira o excesso de pele dessa região e proporciona novamente aparência de um braço firme. Além disso, esse tipo de cirurgia plástica não apenas retira o tecido flácido, mas também pode ser uma alternativa mais “rápida” para remover a gordura localizada da região entre a axila e o cotovelo. É um procedimento muito indicado para quem tem grande flacidez, como pacientes que fizeram cirurgia bariátrica ou emagreceram muito.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

PERGUNTAS E RESPOSTAS MAIS COMUNS SOBRE ESTE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

O que é braquioplastia?

É uma cirurgia que consiste na remoção do excesso de pele dos braços. Quando o paciente apresenta além do excesso de pele, um panículo adiposo muito volumoso, podemos associar a lipoaspiração no mesmo procedimento, neste caso realizamos a retirada do excesso de pele e do excesso de gordura da parte posterior dos braços.

Quando esta cirurgia pode ser indicada?

Este procedimento é indicado para aqueles pacientes que apresentam certa “flacidez” nos braços após emagrecer ou devido às mudanças corporais características do envelhecimento, com predominância de pele sobre a quantidade de gordura localizada na região.
Também é indicado para pacientes que apesar do excesso de pele estar presente, a flacidez não se evidencia, por apresentar uma camada de gordura espessa, que “estica” a pele, não deixando o excesso de pele ser visto. Neste caso se realizarmos apenas uma lipoaspiração a flacidez ficará bem evidente, sendo indicado também a retirada do excesso de pele.
Esta cirurgia não está indicada para o tratamento da obesidade, sua utilidade é na redução de medidas e na modelagem do corpo. A perda de peso, apesar de não ser o objetivo da lipoaspiração é uma consequência secundária e variável. Se o paciente está com o peso acima do normal (sobrepeso ou obesidade), o resultado também será compensatório e proporcional ao restante do corpo; entretanto, os “excessos de gordura” em outras regiões vizinhas ainda existirão, o que nos leva a aconselhar àqueles que assim se apresentam a prosseguir com um tratamento complementar por lipoaspiração (em um segundo procedimento cirúrgico) ou emagrecimento, para equilibrar as diversas partes entre si.

Caso seja realizado lipoaspiração, qual o volume máximo que pode ser retirado?

O volume máximo de gordura a ser aspirado de acordo com normas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é de até 7% do peso corporal do paciente. Porém este valor pode variar um pouco devido a outros fatores, como idade da paciente, resultados dos exames laboratoriais, perda sanguínea durante o ato operatório, etc.

Existem diferentes técnicas para realizar esta cirurgia?

Sim, existem diferentes técnicas para a realização desta cirurgia, as quais variam com a quantidade de pele a ser retirada, a localização da cicatriz e a flacidez de pele residual resultante.
Existem 3 principais técnicas que utilizamos no nosso serviço:

  1. retira-se um fuso de pele horizontal na região superior do braço, deixando-se uma cicatriz na região da axila.
  2. retira-se um fuso de pele vertical na parte interna da braço, que vai da axila até o cotovelo.
  3. retira-se 2 fusos de pele, um horizontal, na parte superior do braço, e outro vertical na parte interna do braço, deixando uma cicatriz em formato de “T” invertido (como se fosse o somatório das duas técnicas anteriores).

Lembre-se você estará trocando a flacidez por uma cicatriz, portanto deve-se avaliar, o quanto aquela cicatriz melhorará o aspecto do braço para compensar que você conviva com ela.
Converse com seu cirurgião sobre cada uma das possibilidades antes de decidir qual técnica optar.

Quanto tempo dura o ato cirúrgico?

Em torno de 3 horas.

O que esperar de uma braquioplastia?

Não se deve esperar milagres. Espera-se que a paciente tenha uma melhora do aspecto dos braços, com redução da flacidez de pele e redução de medidas dos braços, quando se realiza a lipoaspiração.
Haverá uma redução no peso corporal, que varia de acordo com o volume de gordura nesta região. Não são, entretanto, os “quilos” retirados que definirão o resultado estético, mas sim as proporções entre as diferentes regiões corporais. Porém resultarão também em cicatrizes, nos locais onde foi retirado do excesso de pele.
O resultado independe apenas do esforço do cirurgião, é necessário também a colaboração da paciente seguindo as orientações dadas pelo médico. Mas por mais cuidados que o cirurgião e a paciente tomem, ainda assim é impossível garantir com ficará o resultado, já que este depende de inúmeros fatores de cada indivíduo que não temos como interferir.
Observação: É importante deixar claro que nenhum resultado pode ser prometido.

Como ficarão as cicatrizes?

As cicatrizes terão as localizações já explicadas e são planejadas para que fiquem discretas. São vários os períodos de evolução:

  1. Período imediato: vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
  2. Período mediato: vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança de sua cor. Este período é o menos favorável da evolução cicatricial; como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que aguardem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
  3. Período tardio: vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia das pálpebras deverá ser feita após este período. Raros casos ultrapassam este período para atingir a maturação definitiva da cicatriz.
Ouvi dizer que alguns pacientes ficam com cicatrizes muito visíveis ?

Certos pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao queloide. Essa tendência, entretanto, poderá ser avaliada, até certo ponto, durante a consulta inicial. Pessoas de pele negra têm maior predisposição ao queloide ou à cicatriz hipertrófica, entretanto, isto não é uma regra absoluta. A análise prévia das cicatrizes nos facilitará o prognóstico cicatricial, porém é impossível prever a ocorrência ou não deste tipo de cicatrização. O fato de se ter uma cicatriz boa ou um queloide não significa que a próxima cicatriz se comportara da mesma forma. Este tipo de complicação depende exclusivamente da cicatrização da paciente e não dos cuidados tomados pela equipe cirúrgica.

Existe correção para cicatrizes hipertróficas?

Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar tais cicatrizes inestéticas. Não se deve confundir, entretanto, o “período mediato” da cicatrização normal (do 30º dia até o 12º mês) como sendo uma complicação cicatricial.  As cicatrizes hipertróficas podem ser tratadas através de procedimentos ambulatoriais desde o seu surgimento, porém o tratamento cirúrgico destas só é recomendado após o 18º mês ao contrário dos queloides que podem ser tratados cirurgicamente mais cedo.

Em quanto tempo atingirei o resultado definitivo?

Considerando a resposta anterior, sobre a evolução da cicatriz, resta ainda acrescentar algumas observações sobre o “novo braço”, quanto à sua consistência, sensibilidade, volume, etc. Nos primeiros meses, os braços apresentarão uma insensibilidade relativa, além de estarem sujeitos a períodos de “inchaço”, que deverão regredir espontaneamente. Nessa fase, os braços poderão ficar com aspecto de “esticado”, “plano” e/ou com irregularidades, estando algumas áreas mais edemaciadas que outras. Com o decorrer dos meses, gradativamente atinge-se o resultado definitivo. Não se deve considerar como definitivo qualquer resultado antes de 12 a 18 meses de pós-operatórios.  Condutas complementares com esteticistas ou fisioterapeutas, uma dieta balanceada e exercício físico poderão melhorar bastante o resultado final. A modelagem muscular é um fator de grande importância no novo contorno corporal.

Há perigo nesta operação?

Todo ato médico inclui no seu bojo, um risco variável e a Cirurgia Plástica, como parte da Medicina, não é exceção. Pode-se minimizar o risco, preparando-se convenientemente cada paciente, mas não eliminá-lo completamente. É importante também salientar que, de acordo com o conselho federal de medicina, a lipoaspiração deve sempre ser realizada por cirurgiões plásticos habilitados (verifique se o seu cirurgião tem título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, única sociedade capacitada para expedição de tal título no site www.cirurgiaplastica.org.br), não devendo ser realizadas em consultórios e sim em hospitais devidamente equipados para intervir em qualquer intercorrência que por ventura venha a ocorrer.
Quando realizada por cirurgião plástico habilitado, em hospitais equipados e em pacientes saudáveis, este é um procedimento com índice de complicações graves muito baixas.

É verdade que nesta cirurgia a chance de abrir pontos é mais alta do que nas outras cirurgias plásticas?

Sim. É importante também salientar que por se tratar de uma cirurgia com extensa área de cicatrização, e por estas cicatrizes estarem em áreas de movimentação constantes, o índice de deiscência das suturas (aberturas de pontos da cicatriz) é mais alto do que no restante das cirurgias plásticas, comumente realizadas. Pequenas deiscências serão tratadas apenas com curativos, sem maiores problemas.

Deiscências maiores, podem requerer a realização de curativos em centro cirúrgico, com nova sutura da lesão. Em alguns casos, devido ao edema (inchaço) pode não ser possível dar pontos novamente e em outros pode acontecer de, mesmo tendo sido dado novos pontos, eles abrirem novamente.

O tempo para ocorrer a cicatrização completa da ferida, vai variar de paciente para paciente, podendo levar de alguns dias, até alguns meses. Mas não se preocupe, por pior que pareça a ferida cicatrizará.

Nestes casos é importantíssima a colaboração da paciente seguindo as orientações do cirurgião e na realização dos curativos. Não siga a orientação de outras pessoas e nem use nenhum creme ou medicação recomendada por terceiros, por mais inofensivos que possam parecer.

O que é trombose? Isto pode ocorrer na minha cirurgia?

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela formação de um trombo (coágulo sanguíneo) dentro de um vaso (veia), o que pode resultar no bloqueio do sangue, impedindo-o de fluir através deste vaso.  Seus principais sintomas são edema e dor.

Nossa principal preocupação é que pode acontecer deste coagulo se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, este fenômeno é chamado de embolia. Em uma embolia o coagulo pode ficar preso no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves e até mesmo a morte.

A trombose ocorre devido a três fatores:  alguma anormalidade da coagulação (hipercoagulabilidade), lesão da parede do vaso sanguíneo (trauma ou infecção), ou quando há uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Como na cirurgia o paciente fica muito tempo em repouso, tanto durante a sua realização, quanto no período de recuperação pós-operatória, o risco de se desenvolver uma trombose está aumentado quando realizamos cirurgias.

Existe algum método preventivo para evitar que eu tenha trombose no pós-operatório?

Sim. Existem medidas profiláticas que visam diminuir o risco de se desenvolver esta patologia. Porém, é bom esclarecer que todas as medidas apenas diminuem o risco, não sendo possível eliminar totalmente o risco de se desenvolver uma trombose ou uma embolia.

Esta prevenção é feita através da utilização de uma tabela de análise dos fatores de risco para o aparecimento de trombose. Para cada fator de risco encontrado, são atribuídos pontos e de acordo com a pontuação final, o risco de se desenvolver trombose é classificado em baixo, médio e alto.

De acordo com o risco de se desenvolver trombose o cirurgião opta por tomar medidas profiláticas, que podem ser divididas em clinicas (uso de bota de pressão intermitente, massagem, deambulação precoce, uso de meias elásticas) ou medicamentosas (uso de anticoagulantes).

Porém algumas destas medidas também podem ocasionar em complicações, como por exemplo o uso de anticoagulantes pode levar a hemorragias, por isso temos que analisar o risco de se desenvolver trombose e o risco de se desenvolver hemorragias para decidir em qual caso devemos tomar quais medidas.

Por este motivo, não existe uma regra a ser usada na prevenção da trombose em todos os pacientes. O cirurgião tem que analisar cada paciente, para decidir qual o melhor método que se aplica.

Que tipo de anestesia é utilizado para esta operação?

Em geral utilizamos anestesia local com sedação, porém, em determinados casos, podemos utilizar anestesia geral. Esta escolha será feita pelo médico anestesiologista após cuidadoso exame pré-anestésico.

Qual o período de internação?

O tempo de internação varia de acordo com a evolução pós-operatória. Em geral o tempo de internação é de 12 horas.

O pós-operatório é muito doloroso?

Geralmente não costuma apresentar dor intensa, desde que tomadas as medicações analgésicas prescritas e respeitadas as orientações de repouso e movimentações. A dor é mais intensa nos dois ou três primeiros dias melhorando gradativamente.

Como são feitos os curativos?

A ferida cirúrgica demora 48 horas para estar totalmente impermeável a água e aos microrganismos contidos nela. Quando utilizados curativos impermeáveis (filme de PVC) pode-se tomar banho normalmente, desde que não se retire o curativo nestas primeiras 48 horas.

  • Não precisa realizar nenhum cuidado especifico com a ferida cirúrgica neste período (primeiras 48 horas).
  • No terceiro dia a paciente deverá retirar o curativo e lavar a ferida no banho, com água corrente e sabonete neutro.
  • Secar a ferida com secador de cabelos, com vento frio.
  • Passar Merthiolate (clorexidina) sobre a cicatriz (pode ser em forma de spray ou liquida, porém neste caso jamais usar o aplicador que vem na tampa de alguns produtos (utilizar uma gaze ou algodão).
  • Colocar um absorvente, preferencialmente, absorvente pós-parto. Absorventes comuns poem causar reações alérgicas quando utilizados sobre a ferida.
  • Utilizar uma meia elástica (meia calça) sobre a ferida para ajudar a fixar o absorvente no local. Não é recomendado o uso de esparadrapo, pois mesmo os antialérgicos, comumente causam reações alérgicas, provocando bolhas que pode deixar cicatrizes nos locais.

Caso não seja utilizado curativo impermeável, deve-se proceder da seguinte forma:

  • A ferida cirúrgica não deve ser lavada com água nas primeiras 48 horas. Neste período deve-se utilizar apenas soro fisiológico e merthiolate.

Após esse período, seguir as orientações descritas acima.

Caso ocorra abertura de pontos informe seu médico, pois ele pode esclarecer sobre curativos e uso de medicações adequadas.

Em quanto tempo poderei retornar as minhas atividades habituais?

O tempo de retorno varia de acordo com as atividades praticadas pelo paciente, com a quantidade de gordura retirada, com a extensão do excesso de pele removido e com a resistência individual a dor. Em geral e recomendado repouso maior nos primeiros dias. Após, o próprio paciente irá determinar seus limites, de acordo com a sua recuperação. A maior parte dos pacientes retorna as suas atividades laborativas em torno do 21º ao 30º dia. Atividades físicas mais leves podem ser iniciadas a partir do 30º dia sendo aumentadas gradativamente de acordo com a capacidade individual, sendo recomendada a orientação de um profissional de educação física.

Eu tomo hormônios (anticoncepcional, reposição hormonal) posso continuar usando?

É recomendado que se pare o uso destes hormônios, pelo menos 30 dias antes da realização da cirurgia. Porém seu uso não impede que se realize o procedimento cirúrgico.

O anticoncepcional é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos fenômenos tromboembólicos (trombose e embolia) e a suspensão do seu uso diminui significativamente a ocorrência de tais problemas.

Caso a paciente opte em não parar de tomar, tem que saber que estará com risco aumentado de trombose, sendo neste caso, extremamente importante que a relate ao cirurgião que está usando esta medicação.

Eu fumo, isto pode prejudicar a cirurgia? Quanto tempo devo ficar sem fumar?

Sim. O cigarro é um dos principais responsáveis pelo aparecimento de complicações cirúrgicas. Acarretando em problemas tanto durante a cirurgia, quanto no pós-operatório.
Dentre estas complicações estão: pneumonia, trombose, embolia, necrose da pele, deficiência da cicatrização, abertura de pontos. Além destas, inúmeras outras complicações cirúrgicas podem ser causadas pelo fumo.
A suspensão do cigarro para que diminua significativamente a chance destas complicações deve ser feita com 30 dias de antecedência. O ideal é que a paciente não fume até o 30º dia de pós-operatório, pois neste período o fumo aumenta bastante a chance de queloides e cicatrizes hipertróficas.
Caso a paciente opte por não parar de fumar, a cirurgia poderá sim, ser realizada, mas ela tem que estar ciente que está aumentando, e muito, o risco de complicações e de resultados indesejados.
Caso a paciente opte por não parar de fumar ou parar por um período inferior ao recomendado é de extrema importância que ela relate ao cirurgião a verdade para que possamos tomar alguns outros cuidados com intuito de tentar minimizar o risco.
Mesmo que não pare de fumar pelo tempo recomendado, parar por um tempo menor, ou apenas diminuir a quantidade de cigarros fumados, não elimina, mas diminui o risco de complicações.

Pode ser necessária a realização de retoques?

Sim. Há vários fatores que condicionam o resultado deste procedimento: a técnica a ser usada, os cuidados pós-operatórios, a colaboração do paciente, medidas dietéticas adequadas, exercício físico, genética, etc. Pode ser necessária a realização de cirurgias complementares para se obter um resultado final melhor. É interessante observar que são considerados retoques a correção de pequenas imperfeições. No caso de ser necessário um procedimento secundário devido ao volume de gordura no pré-operatório ser maior do que o limite máximo a ser retirado do paciente ou por ganho de peso no pós-operatório, estes não serão considerados retoques e serão cobrados honorários para a sua realização.